quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Ainda sobre os tempos da Delfim

Tenho uma pergunta a fazer a todos. Acho mesmo que os tempos que passámos na Delfim foram muito bons. Quando andava nos escoteiros constatei que a faixa etária com a qual melhor me relacionava era a que ficava entre os 10 e os 14 anos, a faixa etária que corresponde aos tempos... da Delfim. Não sei se será mero acaso, mas parece-me que não. De alguma forma percebo as brincadeiras estúpidas que os miúdos fazem entre si, e tenho vontade de me meter a fazer as mesmas brincadeiras estúpidas. Aliás, entre nós, parece-me que ainda temos muitos comentários que se adequariam perfeitamente àqueles tempos!

Bom, a pergunta é a seguinte: vocês também sentem que têm facilidade para lidar com miúdos naquela faixa etária? E, caso assim seja, sentem que os tempos da Delfim têm alguma influência em tal facto?

4 comentários:

  1. Não me dou com miúdos, nos dias de hoje, com essa faixa etária. Difícil será para mim dizer se me dou bem ou mal com eles. Creio que não me darei mal mas ... depende.

    As amizades mais fortes são criadas precisamente durante essa faixa etária. Creio que deve até haver investigação científica (sem exagerar) que comprove isso mesmo. É uma altura em que criamos fortes relações com as pessoas que nos estão mais próximas. Pode-se depois continuar a alimentar essas amizades, ou não. É salutar que o façamos.

    Se de facto as recordações são boas, mais facilmente nos conseguimos identificar com um grupo de miúdos e a sua maneira de pensar, se esta for de encontro às nossas recordações e à forma como encarávamos a vida nessas alturas.

    Acho que sim, que os tempos da Delfim podem ter a ver com essa facilidade de lidar com os miúdos.

    A pedagogia, já agora, não se deverá somente a isso, mas à forma como comunicamos e à nossa capacidade de influenciar os miúdos, seja através de ensinamentos, piadas, jogos, e afins. Se reconhecerem em nós de alguma forma um exemplo, mais facilmente também conseguimos ensinar e educar. Sei que não referiste a vertente pedagógica, mas fica a achega.

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  2. Bruno

    Realmente existe essa possibilidade, pois tal como o João disse, é nessa faixa etária que mais se criam laços com os "outros".
    Por outro lado essa faixa etária ainda não se encontra na fase "do armário", com a qual te digo, não te conseguirás identificar.


    Falando nos contextos, pergunto-te eu, não será mais fácil para ti identificares-te com esses miúdos, no contexto que falas? Os Escoteiros?, contexto esse que para mim é desconhecido, mas tu como já passaste por lá facilmente te deves identificar com eles.

    Falando da nossa realidade da Delfim, posso-te dizer que a realidade das escolas que eu vivo diariamente é bem diferente daquilo que foi.

    Se por um lado aquilo que mais nos marcou inicialmente foi a paixão futebolística, não é menos verdade que hoje em dia esse fenómeno está no seu auge, e todos os putos querem ser "Cristianos Ronaldos". Porém as brincadeiras e maneiras de estar dos miúdos de hoje nada têm a ver com as nossas e infelizmente cada vez me identifico menos com essas ou outras faixas etárias.

    A electrónica e as consolas convivem constantemente com os míudos, como que esses aparelhos lhes dessem alento para viver. As infantilidades são mais que muitas, quer nas brincadeiras, quer nas próprias atitudes, mas aí íamos entrar noutros assuntos...

    Enfim deixo-te com a minha questão, e digo-te que apesar de realidades totalmente distintas, os míudos de hoje mesmo nessa faixa etária são completamente diferentes de nós. E não me consigo identificar muito com eles, se bem que por lá no meio perdido ainda há alguns que destoam e olho para eles e digo...fogo pareço eu quando era desta idade. Felizmente...ainda há esperança...lol!

    falemos mais a sério, e digo-te sendo a minha humilde opinião, eles hoje têm tudo, mas nossos fomos muito mais felizes com o que tínhamos. E sem dúvida que a Delfim foi algo de muito importante.

    Abraço

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  3. Boas!

    Respondendo à pergunta: é verdade que nos escoteiros estava num outro meio, e sim, não tenho grande ideia da realidade dos miúdos fora daquele contexto específico. Mas, tive a oportunidade de estar com divisões de diferentes faixas etárias, e nunca me relacionei com os miúdos das outras divisões da forma como consegui relacionar-me com os da faixa etária correspondente aos anos da Delfim. Vale a pena também salientar que a explicação não pode ser a de que passei bons tempos nos escoteiros quando tinha aquela idade. Quando tinha aquela idade não andava nos escoteiros, mas sim com vocês a jogar futebol, basket, consolas e afins.

    Assim, a pergunta a fazer é, parece-me, a seguinte: porque razão naquele contexto específico consegui relacionar-me mais com os miúdos daquela faixa etária? E, a esta pergunta podem ser dadas algumas respostas relativamente às quais talvez não seja possível afirmar de uma que é melhor que as restantes. Posso gostar mais da aplicação do escotismo tal como é feita para aquela faixa etária. Acho que é o caso. Posso ter uma personalidade que simplesmente é mais semelhante à dos miúdos daquelas idades que às dos miúdos de outras idades. Talvez seja também o caso. Mas sim, de alguma forma tenho a ideia que os tempos da Delfim contribuíram para que tivesse essa facilidade. Talvez a influência daqueles tempos seja feita de forma mais indirecta. Como o João mencionou, é salutar cultivar estas amizades. E nós temos cultivado, o que faz com que parte do miúdo que era nessa altura se revele quando estou com vocês. Talvez também por isso não tenha perdido o contacto completo com o que é ter aquela idade, e isso tenha ajudado a que fosse capaz de ter uma melhor relação com os miúdos daquela faixa etária.

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  4. A questão que colocas, Bruno, é pertinente. Julgo que o facto de termos vivido aqueles tempos da Delfim contribuiu, e contribue, para compreendermos melhor os jovens daquela faixa etária. Ou pelo menos, dá-nos a perspectiva de, em outras circusntâncias" termos estado naquela fase.
    Concordo com o André quando diz que os jovens de hoje têm "condições" diferentes das que tinhamos. A Internet, os telemóveis cada vez mais sofisticados são só dois exemplos daquilo a que considero "ter cada vez com menos esforço". Os pais desses jovens também não são os mesmos pais que tinhamos na nossa geração e isso leva, quanto a mim, a uma educação necessariamente diferente (e, na maioria das vezes, não me parece para melhor).
    Isso não invalida que Eu não encontre alguns pontos de contacto com essa faixa etária. Embora não esteja diariamente com esses jovens, por vezes lido bem, outras nem tanto. Estamos a falar de uma fase complicada mas, se houver abertura da parte contrária, tornar-se-á mais fácil aproveitar toda vivência da Delfim para melhorar esse relacionamento.

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