sábado, 13 de fevereiro de 2010

Mileuristas?

Juventude Frustrada.

Um título que me chamou à atenção na edição de Fevereiro da Super Interessante.

Parece que os jovens de hoje, faixa etária entre 18-24, têm a vida complicada, de facto. Não há porta de emprego. Não há entrada no mercado de trabalho. Está tudo congestionado. Esta geração, na qual também me incluo, agradece se tiver emprego numa área diferente das suas habilitações. A independência financeira ganha todo um novo sentido, porque pelos vistos nem a "mileuristas" (mil € de remuneração mensal) podemos ambicionar. Haja pais que nos consigam sustentar e apoiar financeiramente se quisermos ter um lar nosso, e construir família. Basicamente, é o que nos diz o artigo da revista.

Somos formados, se preciso acumalamos formação, e nada nos garante que consigamos trabalhar nas áreas que pretendemos. A vida deixa-nos a pensar, se pretendermos emancipar-nos desde cedo.

Somos uma geração que domina as novas tecnologias de comunicação. Temos iPods, temos iPhones, temos Facebook, temos Twitter, temos hi5, temos Google Buzz, temos Google Wave. Temos acesso a informação. Temos acesso a mais e mais rapidamente. Temos ... tudo online.

Temos comunicação, temos ideias. Temos condições para criar. Haja interesse, dedicação e trabalho.

A porta do mercado de trabalho está fechada à chave? Há que criar novas portas. E ser nós a fazê-las.

2 comentários:

  1. Ai está um tema pertinente, Sr. Mateus.
    Tudo começa nas vagas ao Ensino Superior...as falsas perpectivas que se criam nos jovens, portadores de legítimos sonhos e projectos... Falsas por simplesmente, as vagas de acesso não estão, minimamente adequadas à realidade do mercado de trabalho. São outros os interesses em jogo, com a conivência de sucessivos governantes, que se prendem, sobretudo, com interesses financeiros...
    A saída para o mercado de trabalho é o primeiro choque. Digamos que somos "carne para canhão". Procura-se jovens acabados de formar e, na maioria das vezes, usam-se até serem úteis, pagam-se o menos possível e chamam-se outros, pois haverá mais "lá fora"... Em variadíssimas áreas.
    Os dados estatísitcos oficias confirmam o aumento do desemprego entre os mais jovens. Sinais de Esperança? Poucos...
    Somos uma geração cada vez mais habilitada, informada, com "condições para criar" e ao mesmo tempo desperdiçada.
    Pelo menos neste nosso país. O que implica a fuga de jovens para o estrangeiro, abdicando mais uma vez de planos a nível pessoal. Isso mostra que os jovens não são fáceis de se deixar abater e procurar portas onde havia muros...

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  2. Ora aí está...

    Permitam-me discordar em certa parte deste artigo.

    Se posso concordar com o que dizes Bruno de o problema começar nas vagas do Ensino Superior e não menos é verdade que vivemos em tempos de crise com falta de emprego nas nossas áreas de Licenciatura.

    Não menos é verdade que falta de trabalho não há! Seja em que área for, e discordo do facto de as coisas serem difíceis para nós.

    Aliás elas difíceis são, mas não é só para nós, já o foram para os nossos pais e avós, o problema é que como dito em cima contamos com os nossos pais para nos ajudar e apoiar em tudo, e temos sempre a palmadinha nas costas para o que der e vier. Temos a "juventude dos facilitismos", que sempre teve acesso a tudo de uma forma muito simples e com alguém sempre por trás a dar empurrões.

    Queremo-nos tornar independentes, temos tudo para isso, claro que facilitismo não existe, seja no trabalho ou noutro ponto qualquer, obstáculos sempre houve e não vai deixar de haver, a dificuldade está em largar a casa dos pais e lutar pelas coisas.

    Pois basta abrir os sites de emprego, os jornais, as televisões e procuram-se trabalhadores para tudo e mais alguma coisa, o que acontece é que as pessoas só querem trabalhar naquilo que lhes convém ou que mais gostam, mas por vezes sacrifícios tem que ser feitos. Eu quando tirei o meu curso sabia que não ia ter emprego no estado, muito menos algo fixo, e foi por isso que deixei de o tirar, não! E desde cedo procurei trabalho, mesmo antes de o curso ter inicio, meti-me no mercado de trabalho. Desse por onde desse, alguma coisa tinha que fazer.

    O problema é que vemos pessoas e especialmente jovens, que querem as coisas, sem dinheiro, tendo os papás por trás, mas trabalhar só se for no que eu quero, porque lutar pelas coisas dá muito trabalho.

    Esta para mim é a realidade, claro que as coisas estão difíceis, para nós, para os mais jovens, mas também para os nossos pais e tudo mais. Eles sempre lutaram e passaram as dificuldades para criar a estabilidade que podem ter hoje em dia, cabe-nos a nós fazer o mesmo, lutando pelas nossas coisas.

    De outra maneira dificilmente as coisas caem do céu...

    Abraços

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